Isto de ter de ir de comboio para a faculdade todos os dias tem muito que se lhe diga. Como tudo tem um lado positivo e um negativo.
Indo no comboio todos os dias, tenho tido muita facilidade em encontrar velhos conhecidos. Por exemplo, o Ricardo - que já não via há quase um ano - a Barroso e o Simão - que fazem um casal muito bonito mas não estão a conseguir entender-se - ou a Marta - que foi a minha primeira paixoneta, há já uns bons anos atrás.
Contudo nem só de conhecidos se faz uma viagem no comboio. Há desconhecidos que são uma bela surpresa - a Mafalda Margarida Inês Ângela Sofia Maria Joana (tem cara de Helena) é um desses casos. E outros, que pelo contrário são daquelas pessoas que nos põem os nervos em franja.
Ontem apareceu um desses casos: lá estava eu no comboio das 20h15 de regresso a casa, vendo o meu filmezito quando em Porto Campanhã entra uma senhora com intenção de sentar-se ao meu lado. Tudo bem, e como eu até sou uma pessoa bem educada e prestável lá desviei as minhas coisas e arranjei-lhe um espaçinho. Erro de morte! Aquela senhora era (e tenho a certeza que continuará a ser) das pessoas mais irritantes com quem já me cruzei, e nem sequer falei com a mulher! Ela era de tudo: não agradeceu o trabalho que tive ao arranjar-lhe o espaçinho - nem o jeito que isso fez-lhe; parecia que tinha asas, abriu os braços e parecia estar a empurrar-me para ganhar espaço (convém dizer que ela não era propriamente elegante nem refinada; a parte do elegante já está aqui confirmada); mascava pastilha de forma ainda mais irritante, de boca aberta e a fazer 'bolinhas' que rebentava logo a seguir (aqui entra a parte da não refinaria) ; passou a viagem toda a mexer no telemóvel, o que não tem mal nenhum, tem mal quando o raio do telemóvel faz barulho a cada tecla que ela carrega - e ela parava! Isto tudo quando eu já estava no meu cantinho, descansadinho a tentar ver um filme.
Que horror de mulher!