Abril. Já passamos setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março. Agora é abril. Está na altura de começar a limpar a piscina e a preparar o verão. O meu pai já está a tratar disso. Este ano vai ser tudo muito diferente.
r.d.
Toda a atenção sexual que uma pessoa possa receber deve ser merecedora de créditos. É um bem. Faz bem.
No entanto, a ideia retrógada que o homem apenas quer prazer carnal fugindo a tudo o que é racional não pode ser mais errada. Talvez no século XVI o machismo estivesse em alta, o homem servia-se da mulher para os afins sexuais e descartava tudo o resto. A besta masculina talvez fosse assim, talvez os avôs dos meus bisavôs fossem assim. Talvez até no século passado a realidade fosse a mesma, o homem apenas queria foder - deixem-me ser franco - e fugia mais uma vez de tudo o resto.
Hoje ainda pode ser assim. Não tenho a mais pequena dúvida que há quem apenas queira ir para a esquina mais próxima, fazer o servicinho e despachar o resto. Não há mal nenhum nisso, por amor de Deus!
Mas apesar da atenção ser boa, dos preliminares serem bons, de foder ser bom, nem tudo tem que ser sobre foder! - tenho que falar com as palavras. Há alturas em que foder não é bom, e um gajo não tem que estar sempre a foder, nem a pensar nisso. Nem uma gaja! Há alturas em que estar quietinho é bom. Faz melhor que aquilo que se faz numa cama, ou numa esquina, ou onde quer que seja.
Por isso não se admirem quando um gajo rejeitar uma visita à cama, um blowjob, ou o que quer que possa ser. Um gajo é gajo, mas não é mais aquele gajo, nem só um gajo.
r.d.
Não gosto de mãos. São pequenas, feias e normalmente gorduchas. Não gosto de mãos.
r.d.
Maria S. tem uma história de vida engraçada. Bem, eu não conheço Maria S., nem sequer as suas histórias de vida. Conheço apenas uma pequena fracção de uma história da sua vida.
Maria S. é uma mulher de ascendência ucraniana que viaja muitas vezes no mesmo comboio que eu. Ao longo do tempo fui reparando num detalhe engraçado da sua vida.
S. (cuja palavra acho que não vou revelar, já que é um nome pelo qual o Tiago a apelidou) vive num amor com pelo menos quatro vértices.
Sempre que venho no mesmo comboio que ela, o fecho das portas atrasa-se pois Maria S. está ocupada a despedir-se do namorado, e não deixa que as portas se fechem. No entanto, passadas uma ou duas estações reparo que Maria S. tem um namorado novo. Devem ser os dois namorados dela, pelo menos assim o indicam.
Não sei se um tem conhecimento do outro, mas que eles existem, existem. Estas três personagens fazem um triângulo.
Mas a história não é sobre um triângulo, é sim sobre um quadrado.
Há poucos dias atrás, quando ia de manhã para a faculdade, lá encontrei Maria S. outra vez no mesmo comboio que eu. Fiquei admirado por "conhecer" um novo amor da sua história. Pela intimidade que tinham, aquele outro rapaz era outro namorado seu.
Maria S. tem três amores. Podem ser cegos, o que é difícil já que a história dá-se sempre no mesmo sítio, mas felizes, ou podem todos ver bem, mas serem ainda mais felizes por isso.
r.d
Para quem possa ter dúvidas, ou para quem possa estar iludido, eu não sou certo. Não sou, sem dúvida alguma, um dado adquirido! Nem sequer estou lá só quando é preciso.
r.d.